Conforme Silva (2010) os agressores podem ser
de ambos os sexos, agir sozinho ou em grupo, a maioria possuem um poder de
liderança que em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de
assédio psicológico. A personalidade do agressor é marcada por traços de
desrespeito e maldade, eles agem sempre com o intuito de maltratar, intimidar,
humilhar e amedrontar suas vítimas. A autora ressalta que o agressor não sente
afeto pelo outro, nem culpa pelos seus atos tampouco remorso. Segundo Chalita
(2008) “O autor do bullying reconhece que é errada a violência exercida contra
a vítima. Tanto que o faz de maneira camuflada, para não ser descoberto e não
sofrer as sanções” (p. 224). Para Silva
(2010):
É fundamental explicitar que as atitudes
tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes, geralmente,
não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Isso significa dizer
que, de forma quase “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como
meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar,
intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. E isso, invariavelmente sempre
produz, alimenta e até perpetua muita dor e sofrimento nos vitimados (p.21).
As vítimas são os alvos das agressões do
bullying. Geralmente são aqueles alunos considerados diferentes da maioria, ou
seja, possuem características que fogem do padrão imposto por um determinado
grupo. São classificadas em três categorias: típica, provocadora e agressora.
Sobre as vítimas típicas Silva (2010) destaca:
As vítimas típicas são os alunos que
apresentam pouca habilidade de socialização. Em geral, são tímidas ou
reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos agressivos dirigidos
contra elas. Normalmente são frágeis fisicamente ou apresentam alguma “marca”
que as diferencia da maioria dos outros alunos: são gordinhas ou magras demais,
altas ou baixas demais, usam óculos, são deficientes físicos entre outras
características e geralmente os motivos (sempre injustificáveis) são os mais
banais possíveis (p.37; 38).
Diante da apresentação detalhada de cada tipo
de vítima constatamos que a maioria são as vítimas típicas, ou seja, aquelas
consideradas “diferentes”, frágeis e pouco sociáveis, e em decorrência disso
são os alvos preferidos pelos agressores, pois são consideradas segundo Fante
(2011) “presas fáceis”.
Além dos agressores e das vítimas, há também os espectadores que são a
maior parte dos envolvidos com o bullying. Eles estão divididos por Silva
(2010) em três diferentes grupos: passivos, ativos e neutros.
Os espectadores passivos em geral assumem essa postura por medo de
acabar se tornando a próxima vítima. Eles não concordam e até repelem as
atitudes dos bullies, no entanto ao presenciar situações de agressões, não
denunciam ou tomam qualquer atitude em defesa das vítimas por temerem sofrer
represálias (Id.).
Os espectadores ativos segundo a autora “são aqueles alunos que não se
envolvem diretamente, mas apesar de não participarem ativamente dos ataques
contra as vítimas, manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e
palavras de incentivo” (p.46).
Os espectadores neutros são acometidos por uma “anestesia emocional”,
ou seja, não demonstram sensibilidade pelas ações de bullying que presenciam
isso é decorrente do próprio contexto social no qual estão inseridos como lares
desestruturados, por exemplo, (Id.). Fante (2011) salienta que o aluno que
presencia o bullying, porém não o sofre nem o pratica, representa a grande
maioria dos alunos que convive com o problema e por temer se transformar em
novo alvo para o agressor, acaba adotando a lei do silêncio.
Silva (2010) ressalta que, “identificar os
alunos que são vítimas, agressores ou espectadores é de suma importância
para que as escolas e as famílias dos envolvidos, possam elaborar
estratégias e traçar ações efetivas contra o bullying” (p. 14).
CHALITA, Gabriel. Pedagogia da amizade.
Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. São Paulo: Gente, 2008.
FANTE,
Cleo. Fenômeno bullying: como
prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 6 ed. Campinas, SP: Verus
Editora, 2011.
SILVA,
Ana Beatriz Barbosa. Bullying:
mentes perigosas na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
que o t i m o n é c a r e e u t a m b e m j á s o f r i b u l l i n g
ResponderExcluirMDS e muito bem explicado, me ajudou muito
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